Primeiro álbum da orquestra em 20 anos traz um repertório de compositores brasileiros executado sob regência do maestro Evandro Matté. Crédito da foto: Iasmin Bossa, divulgação OSPA
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), acaba de disponibilizar nas plataformas de streaming o CD “OSPA e Convidados”, primeira gravação da orquestra em 20 anos. O álbum traz cinco faixas assinadas por compositores brasileiros de diferentes gerações: Radamés Gnattali, Dimitri Cervo, João Guilherme Ripper, Fernando Deddos e Arthur Barbosa. A orquestra interpreta o repertório sob regência do seu maestro e diretor artístico, Evandro Matté. Já os solistas são instrumentistas proeminentes da própria OSPA: Douglas Gutjahr (percussão), Emerson Kretschmer (violino) e Quinteto de Metais Porto Alegre.
CLIQUE AQUI PARA OUVIR O CD OSPA E CONVIDADOS NO SPOTIFY
O CD contou com um evento de pré-lançamento, com público limitado, no último domingo, 5 de dezembro. Na ocasião, foi também inaugurada a Sala de Recitais, novo espaço da Casa da OSPA. “Já fazia 20 anos que a OSPA não lançava um CD. É tempo demais para uma orquestra deste tamanho. O CD, no formato físico, é extremamente importante como registro histórico”, pontuou o diretor artístico e maestro Evandro Matté. Em 2021, completaram-se 20 anos do último CD da OSPA: a ópera infantil “Boiúna”, de Walter Schültz, gravado em outubro de 2001 na Igreja Nossa Senhora das Dores, sob regência do maestro Ion Bressan.
Gravado na Sala Sinfônica da Casa da OSPA, em maio de 2018, o álbum "OSPA e Convidados" teve produção da Audio Porto e de Alexandre Ostrovski Jr. Naquele ano, um grande concerto no dia 26 de maio apresentou o repertório ao público. A apresentação está disponível integralmente no canal do YouTube da OSPA.
Sobre as faixas:
Mba’epu Porã – Arthur Barbosa
“Mba’epu Porã” (“música bela” em tupi-guarani) é uma abertura sinfônica dedicada à Orquestra em razão da inauguração da Casa da OSPA. É uma homenagem lúdica a tudo o que se construiu e se construirá musicalmente no Rio Grande do Sul, em que se conta a história do som e da música na região desde os seus primórdios.
Concerto Grosso para Quinteto de Metais e Orquestra – Fernando Deddos
“Concerto Grosso para Quinteto de Metais e Orquestra” foi estreada no Brasil em 2018, na gravação deste disco. A peça foi composta para o Festival Internacional Urubrass 2017, tendo o Quinteto Porto Alegre como solista da primeira apresentação, junto à Orquestra Filarmônica de Montevidéu.
I. Alegre, Esperançoso / II. Andante, Poco Rubato / III. Marchar!
Improviso para Violino e Orquestra – João Guilherme Ripper
Encomendada pela Funarte para a XXII Bienal de Música Contemporânea, em 2017, “Improviso para Violino e Orquestra” apresenta três movimentos – um primeiro marcado pelo caráter reflexivo, um segundo dançante e, por fim, um terceiro mais lírico. A composição foi estreada na Sala Cecília Meireles.
Canauê – Dimitri Cervo
Criada pelo compositor em 2007, “Canauê” é a nona obra de sua Série Brasil 2000, constituída de peças para diversas forças instrumentais, que sintetizam brasilidade e minimalismo. A composição começa com um tema lento, que é conduzido à sua apoteose e, ao fim, retorna com novas matizes.
Divertimento para Marimba e Orquestra de Cordas – Radamés Gnattali
“Divertimento para Marimba e Orquestra de Cordas”, escrita em 1973, é a primeira composição do gênero feita no Brasil. A obra traz diversos elementos da música regional brasileira e demonstra a inventividade do compositor ao diluir as fronteiras entre o erudito e o popular. Sua cadência foi escrita por Luiz d’Anunciação, percussionista a quem a obra é dedicada.
Evandro Matté (regente – Brasil)
É diretor artístico e maestro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, da Orquestra Theatro São Pedro e do Festival Internacional SESC de Música, em Pelotas. Realizou sua formação musical na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na University of Georgia (Estados Unidos) e no Conservatoire de Bordeaux (França). Desde 2006, atua como regente e, como convidado, já esteve à frente de orquestras de Uruguai, Argentina, China, Portugal, República Checa, Croácia, Alemanha, Itália, Colômbia e Estados Unidos. Em 2019, foi condecorado pelo Ministério da Cultura da França pelo desenvolvimento das artes francesas em seu domínio artístico.
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) foi fundada em 1950 pelo maestro húngaro Pablo Komlós, responsável pela permanência, solidificação e prestígio adquirido pela orquestra gaúcha em todo o País. Em 1965, a sinfônica foi encampada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul e transformada, sob forma autárquica, em fundação da Secretaria Estadual de Cultura. Cercada de desafios, a OSPA atravessa sete décadas de música e história, sendo uma das mais importantes e antigas orquestras em atividade ininterrupta da América do Sul. Pelos seus palcos passaram músicos de primeira grandeza da música de concerto, como os cantores líricos Luciano Pavarotti e José Carreras, os maestros Simon Blech, Howard Mitchell, Jesús Lopez Cobos e Victor Tevah, os violinistas Salvatore Accardo, Boris Belkim e Pierre Fournier, além do compositor Heitor Villa-Lobos. Atualmente a sinfônica realiza uma extensa agenda de concertos em todo o Estado para um público abrangente e diversificado. Desde 2015, tem a sua frente o maestro e diretor artístico Evandro Matté.
Quinteto Porto Alegre (solista)
Formado por Elieser Fernandes Ribeiro (trompete), Flávio Gabriel (trompete), Nadabe Tomás (trompa), José Milton Vieira (trombone) e Wilthon Matos (tuba), o Quinteto Porto Alegre é um grupo de música de câmara criado em 2013. Seu repertório reúne obras originais da literatura para metais e transcrições, expandindo-se desde a Renascença até as mais recentes criações do século XXI. Apresenta-se em festivais, em recitais de música de câmara e junto a importantes orquestras do Rio Grande do Sul.
Emerson Kretschmer (solista)
Spalla da OSPA e da Orquestra de Câmara da Ulbra, Emerson Kretschmer graduou-se pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especializou-se na Internationale Sommerakademie Mozarteum, em Salzburgo (Áustria). Tem atuado como solista em diversas orquestras do Rio Grande do Sul. Participou de gravações de CDs, bem como das trilhas sonoras dos filmes “Concerto Campestre” e “Sal de Prata”. Sua trajetória inclui uma turnê pela Europa como integrante da Orquestra de Câmara Solistas de Salzburgo.
Douglas Gutjahr (solista)
Douglas Gutjahr é bacharel em Percussão pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e timpanista solo da OSPA desde 2016. Entre 2007 e 2008, como membro da Orquestra Jovem Mundial (JMWO), apresentou-se em algumas das principais salas de concerto da Europa: Berliner Philharmoniker (Berlim), Muziekgebouw (Amsterdã) e Palau de les Arts (Valência). É vencedor do Prêmio Açorianos de Música 2016 na categoria Melhor Instrumentista Erudito. Visando a inclusão social por meio da música, atua, desde 2009, como professor no projeto Vida com Arte (Unisinos).
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) – CD “OSPA e Convidados”
Disponível nas principais plataformas de streaming de música.
Escute no Spotify
Escute no Deezer
Escute no YouTube
FICHA TÉCNICA
Regente:
Evandro Matté
Solistas:
Douglas Gutjahr
Emerson Kretschmer
Quinteto Porto Alegre
Faixas:
- Mba’epu porã, Arthur Barbosa
- Concerto Grosso para Quinteto de Metais e Orquestra, Fernando Deddos
I. Alegre, Esperançoso
II. Andante, Poco Rubato
III. Marchar! - Improviso para Violino e Orquestra, João Guilherme Ripper
- Canauê, Dimitri Cervo
- Divertimento para Marimba e Cordas, Radamés Gnatalli
Apresentação:
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA)